A tecnologia pode ser uma grande aliada na manutenção da segurança alimentar, oferecendo soluções para problemas pontuais, como a atual crise do novo coronavírus, e estruturais que podem ser incorporadas à cadeia produtiva.
Dois dos principais setores que acendem o sinal de alerta dos produtores, por facilitar a entrada de doenças e a contaminação dos produtos agrícolas, são o da produção e o da distribuição — por conta do manuseio errado, falta da higiene adequada ou de cuidados básicos.
Para superar esses problemas, soluções usam a tecnologia para reduzir o contato entre pessoas e objetos, além de tentar garantir a segurança alimentar e a saúde dos trabalhadores de fazendas. No contexto da pandemia atual, a transmissão da covid-19 pode ser freada com essas ferramentas.
Abertura de portas sem usar mãos
Ambientes separados, onde é possível efetuar o controle de temperatura, umidade e contaminação são importantes para preservar mercadorias e melhorar a produtividade no campo, em especial nos sistemas de cultivo agropecuário indoor.
As portas funcionam como barreiras sanitárias e acesso a esses ambientes. No entanto, podem se transformar em um vetor de transmissão de doenças, como a COVID-19, quando diversas pessoas têm de tocar a mesma superfície para acionar sua abertura e fechamento.
Para diminuir a possibilidade de transmissão de doenças, a Rayflex desenvolveu uma porta inteligente capaz de funcionar de forma autônoma, reconhecendo movimentações e abrindo-se somente pelo tempo necessário.
“Adotamos sistemas inteligentes que não necessitam de contato físico, por exemplo os sensores de pisos, que permitem a entrada de carrinhos, e também as botoeiras no touch, que exigem apenas o movimento do braço ou das mãos para acionamento do sistema e liberação da passagem, sem necessitar de toque”, comenta a diretora executiva da Rayflex, Giordania Tavares.
Plataformas para vendas de produtos agrícolas
A Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) lançou uma série de iniciativas para garantir a segurança alimentar na logística. A entidade oferece um guia de comércio eletrônico, com orientações sobre embalagens, volume e peso adequados, para tornar o produto mais atrativo e seguro.
Além disso, a (CNA) desenvolveu uma plataforma gratuita de comércio eletrônico para ligar produtores, redes de supermercado e serviços de frete, garantindo tanto o escoamento da produção agrícola quanto o abastecimento dos lares brasileiros, com a redução do contato físico na cadeia produtiva.
“O objetivo da ferramenta é diminuir a distância entre produtor e consumidor, além de facilitar a comercialização não apenas nesse momento em que os canais de distribuição convencionais estão prejudicados pela pandemia do coronavírus”, afirmou o coordenador de Inovação do Sistema CNA/Senar, Matheus Ferreira.
Com o serviço, os produtores rurais podem alcançar novos canais de venda e se relacionarem com novos parceiros de distribuição. Para se cadastrar, o agricultor deve realizar um cadastro na plataforma, informando seus produtos e definindo a sua região de atuação.
O site permite comercialização de frutas, hortaliças, flores, plantas ornamentais etc. Os valores dos produtos são negociados diretamente entre vendedores e compradores, sem intervenção da CNA.